16 de marzo de 2008

Bio


Ele chegou quando a casa estava vazia. Vazia dos sons dos filhos que partiram, e à espera dos netos que ainda estariam por vir. Sua chegada foi circunstancial, nada teve a ver com preenchimento de vazios. Recebeu o nome imponente de Toríbio, personagem de uma obra de Érico Veríssimo, um dos grandes escritores gentios. Rápido ganhou o apelido de Bio: afinal Toríbio era um nome muito grande para aquela miniatura de gente! Todo branquinho, peludo, com um olhar firme decidido, o perrito logo mostrou que seria tão voluntarioso como os outros dois homens da família. A única mulher da casa entrou em pânico, com a perspectiva de que sobrassem para ela os encargos práticos, como idas ao Pet Shop, visitas ao veterinário e a organização da rotina do novo e ilustre morador. Mas Bio não veio para causar pânico ou desajustes! Em pouco tempo conseguiu unir a família em torno dele e em torno de si mesma; e vieram os diálogos, os acertos importantes, as tomadas de decisões e as divisões de responsabilidades. Bio, hoje aos oito meses, preenche todos os espaços da casa e comove a todos com seu jeitinho carinhoso e brincalhão. Já não se concebe a vida sem ele. Quando os netos chegarem, Bio já será um homem adulto e terá então maturidade suficiente para dividir com eles o seu enorme espaço no coração da família.

1 comentarios:

Anónimo dijo...

Definitivamente, el portugués suena muy bien en tus manos.