1 de junio de 2008

Binômio leitor/escritor

Sempre tive curiosidade de saber onde os escritores situam os leitores, durante o processo de criação de uma obra literária. Se, ao escrever, o escritor se preocupa com quem lê o texto, ou apenas leva em conta a técnica, a honestidade e a coerência da mensagem.
Pesquisando um pouco o assunto, entendi várias coisas: as pessoas escrevem para satisfazer a si próprias e são, a princípio, remetentes e destinatárias de suas obras; a auto-satisfação é uma etapa muito difícil, uma vez que escritores podem ser leitores muito exigentes. No momento da criação, o autor é o dono do assunto, mas, quando da publicação, ele perde totalmente esse controle. Aí entram os leitores, que interpretam histórias e personagens a seu bel-prazer.
Em uma entrevista, o escritor carioca João Paulo Cuenca fala sobre a questão: "Quando escrevo um romance, o leitor é um animalzinho tão distante que não posso me preocupar com ele. Muito menos em entretê-lo. Na verdade, quero é fazer um pouco mais de sentido, contar a história e sobreviver até a próxima página".
O escritor refere-se — sem qualquer tipo de ofensa — a um leitor que naquele momento é inexistente, mas que em breve será chamado a entender e interpretar as escolhas por ele feitas.
Mas é ainda Cuenca que entra num terreno que interessa mais de perto aos participantes de blogs, pois admite o blogueiro como escritor, e diz que o leitor pode-se transformar também em escritor quando participa, questiona e cria polêmica. Ele considera o processo legítimo e vai mais além quando observa que esse leitor-escritor chega a encarar o autor publicado como um colega e, mais radicalmente, como um adversário a ser batido.
De minha parte, acompanho religiosamente as entradas do “Es la Cultura...”. São excelentes, aprendo muito com elas... mas confesso que me divirto a valer com as batalhas travadas entre escritores e seus fiéis comentaristas.

12 comentarios:

Anónimo dijo...

La primera regla para intentar escribir algo interesante es no sentirse escritor. Hablo de la escritura auténtica, no de la mercenaria o de hipermercado. JF

Anónimo dijo...

Si eso es verdad, voy a ponerme ya. Siempre que he intentado escribir algo decente he terminando descartando la idea y pensando que nunca voy a conseguir escribir algo que enganche. Admiro la facilidad que teneis para escribir entradas tan diversas y sugerentes. Felicidades, os las mereceis.

Anónimo dijo...

!Gracias! Soy apenas una malabarista amateur que intenta equilibrarse entre verdaderos acróbatas. Pero es un desafío muy interesante.Lu

Anónimo dijo...

El escritor es un exhibicionista (sólo es cuestión de carácter o de la casualidad que se trascienda a sí mismo). El bloguero es un escritor, el bloguero es un...Muy buena reflexión, Lu.Yo también me divierto, aprendo y camino por la cuerda floja. RO.

Anónimo dijo...

Acho estranho tudo o que se comentou. Para mim, escrever é uma necessidade. Se não escrevo, sinto-me incompleto, carente do teclado do computador! Nada me passa na cabeça senão o impulso criativo. Mas achei interessante conhecer toda essa teoria sobre o que, para mim, é natural. Por que ando? Por que me alimento? Por que faço sexo? Por que escrevo compulsivamente? Sinceramente, não sei! Acho que, por isso, não me intitulo "escritor".

Anónimo dijo...

El escritor escribe para sentirse completo, es una buena decinición. Da igual que te lean o no, esto es independiente del acto de escritura. Escribir es sentirse vivo.

Anónimo dijo...

Creo que en esto te equivocas un poquito. Está claro que el escritor escribr para sentirse vivo, pero no hay ser vivo que no necesite de los demás para realizarse por completo. Sería absurdo que los escritores no tuvieran lectores. En todo proceso de creación hacen falta los elementos imprescindibles del acto de la comunicación, en este caso de la literaria.

Anónimo dijo...

A batalha que se trava entre leitor e escritor é uma guerra santa. No fim, os personagens se misturam e estão no mesmo barco: a busca de um prazeroso entretenimento. Gostei da batalha nos comentários. !Es la cultura, estúpido!

Anónimo dijo...

Me cuesta bastante leer en tu idioma, pero gracias a ti veo que puedo entenderlo y que algo aprenderé. Cuando los textos son cortos, no tengo ningún problema, pero cuando son largos, uf!, ahí si me pierdo parte del sentido.¿ tu entiendes mis comentarios en catalán?

Anónimo dijo...

Creio que o leitor é peça fundamental na criação de uma obra, quando o escritor tem interesse em que ela seja entendida por seus leitores. Portanto é necessário que o escritor se preocupe com o conteúdo e coerência das idéias para garantir êxito em seu trabalho.JAM

Anónimo dijo...

El escritor tendrá éxito siempre que comunique algo, aunque no sea lo que esperaba. AHí está la extraordinaria fuerza del lector que con su varita mágica puede cambiar el sentido de los libros y convertirlos en elefantes o en hormigas. La historia de la lectura, como la de la humanidad, está llena de contradicciones inquietantes, pero productivas. Una obra literaria es como un hijo, tú pones lo mejor de ti y él luego sigue su camino enorgulleciéndote o contrariándote, pero siempre soltándose de tu mano. RO.

Anónimo dijo...

Los comentarios sirven de feedback y de motivación. Por otro lado, hay textos muy difíciles(el asunto) y las manifestaciones ayudan a matar la charada. Me encantan los escrito en catalán y casi puedo entenderlos. Y, mis textos son quilométricos a pesar del esfuerzo hercúleo para disminuirlos. Gracias: Lu